sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Natal com Paulo Futre

Aproveitando a quadra natalícia e a ausência de competições, o ‘Paixão pelo Porto’ publica uma espécie de ‘Especial de Natal’ dedicado a Paulo Futre, um dos grandes protagonistas da fabulosa e excitante década de 80 do FC Porto.
Recordamos algumas fotos da sua passagem pelo FC Porto e alguns excertos das sempre divertidas entrevistas que concedeu à imprensa portuguesa desde que deixou os relvados.
Como se deu a mudança do Sporting para o FC Porto?
Estava a passar os piores dias da minha vida. Era um puto alegre, divertido, mas o treinador (John Toshack) já me tinha dito que não contava comigo e na imprensa começava a sair que seria emprestado à Académica. Foi quando apareceu o FC Porto e o Pintinho (Pinto da Costa) me disse: ‘Paulinho, aqui vais ser tu e mais dez’. Logo aí vi a inteligência dele.
E oferecem-te um contrato que reflectia essa ideia...
Não era só o contrato. Era a coragem. Apostaram a 100% em mim. A seguir ao Fernando Gomes era o mais bem pago. Estou agradecido para sempre ao Pinto da Costa. A ele devo tudo, porque o Sporting não acreditava em mim.
Quem se lembrou de alegares falta de condições psicológicas para romperes o contrato com o Sporting?
Acho que foi o Guilherme Aguiar, o advogado do FC Porto. Foi uma jogada genial.
Nos primeiros tempos andaste escondido no Porto?
Havia o risco de ser sequestrado pelas pessoas do Sporting, porque só seria jogador do FC Porto quando fizesse o primeiro jogo. Vivi em casa do Álvaro Braga Júnior e andava sempre com guarda-costas.
Tiveste algum problema?
Só uma ‘pintadas’ ao pé de minha casa, por ser de Lisboa. ‘Mouro, filho da mãe, não te queremos’. Com adeptos do Sporting, nada. Mas cá em baixo foi tremendo. Só pude voltar ao Montijo no Natal, seis meses depois de ter chegado ao FC Porto.
No balneário do FC Porto olharam-te de lado por seres de Lisboa?
É normal. Havia uma grande rivalidade norte-sul e era um grupo muito fechado. Chegas e vais ganhar mais do que quase todos. Conhecia alguns da Selecção e, quando fui para os cumprimentar no primeiro dia com um abraço, não fui correspondido. Se pudesse, tinha-me pirado a sete pés. Foi como na cidade: tive de os conquistar a pulso. Era odiado no Porto por alguns e em Lisboa por todos os adeptos do Sporting.
Que diferenças encontraste no FC Porto?
No Sporting havia vários líderes. O ‘Manel’ [Fernandes], o Jordão e o Oliveira. No FC Porto havia o Gomes e depois muitos sargentos, Lima Pereira, João Pinto, Jaime Magalhães, Zé Beto, Frasco. E mais abaixo muitos jogadores do norte, André, Semedo, Quim. Ali ninguém entrava, controlavam tudo. Ninguém podia falhar as regras. Todas as sextas faziam um almoço só entre eles. Não iam os de Lisboa nem os estrangeiros. E eu meti na cabeça que tinha que ir ao almoço. No ano seguinte fui convidado.
Só um ano depois?
Sim. E passei a ser sargento. Quando vi que estava com peso, consegui introduzir os estrangeiros e os outros no almoço. Almoçávamos e depois tomávamos café na Praça Velasquez. O jogador do FC Porto é ali rei. Era o único dia em que eu sacava o meu carro, o RS Turbo, só para dar ambiente. Um ano depois já me viam como um deles. Até o sotaque lá de cima já tinha. No campo tínhamos sido campeões e fora dele mostrei que seguia as regras.
Por exemplo?
Se te portasses mal, se fosses apanhado às tantas da manhã a uma quinta ou sexta-feira, era tremendo. Tudo chegava lá dentro. Estavas a ir contra o grupo.
Eram os jogadores a dar a primeira reprimenda?
Claro. ‘Ó filho da mãe’ - ali não há outra maneira de falar -, ‘estás a falhar-nos. Não nos falhes, cabrão, precisamos de ti para domingo’.
E como lidava a equipa técnica com as quebras de disciplina?
Havia o Octávio Machado, que era o polícia mau, o cão – sem ofensa porque devo muito ao Octávio –, e o polícia bom que era o professor João Mota. Se passasses para cima, ou seja, se fosses ao Artur Jorge, já era gravíssimo. E se depois fosses ao Pintinho, então era muito, muito grave.
Foste muitas vezes ao Artur Jorge?
Muitas. Mas mais em defesa do grupo, a partir do segundo ano, quando já era líder.
Saías muito à noite?
Saía. Mas quando podia. Íamos ao Swing, quando ganhávamos, mas não abusava. Se tivesse que abusar vinha ao Montijo. Normalmente não saía das regras.
Octávio Machado andava sempre de olho em ti?
Era o cão e o gato. Mas adorava-o na parte boa, e ele tinha sempre razão. Só que havia momentos em que eu disparava. Um gajo estava em casa e ele aparecia à meia-noite a tocar à campainha. ‘Que é?’. ‘Ah, já estás aí? Ok’. Uma grama a mais ou a menos de peso era logo motivo para uma discussão do outro mundo. ‘O que é que fizeste ontem, caralho... não almoçaste?’. Isto era se falhasse uma grama, se fosse um quilo era logo chamado ao Artur Jorge. Não era só comigo, era com todos. Às tantas já ia para o treino a rezar. Pesávamo-nos todos nus, nem sequer havia ali números de meter o relógio no bolso para ajudar.
As tuas maiores pegas foram sempre com Octávio?
Claro. O Octávio era o meu controlador, mas estou-lhe agradecido, porque eu era miúdo e ele fazia de polícia mau. Mas tinha também pegas com outros. Teve uma tão grande com o Madjer que saímos todos dos quartos para ver o que se passava. O João Pinto teve que se pôr no meio dos dois, isto tudo em cuecas. Estávamos proibidos de comer nos hotéis fora do Porto, com o medo que metessem qualquer coisa na comida. Mas às vezes tínhamos fome à noite e corrompíamos os empregados. Se nos apanhava, o Octávio fazia queixa do empregado e a nós dava-nos broncas. ‘Amanhã vais estar de caganeira, se meteram aí veneno como é que é?’. Era uma coisa única. Quando íamos à Selecção, estávamos proibidos de tocar nas vitaminas. Levávamos as nossas. Ele ia ver os treinos e perguntava-me quanto é que estava a pesar. ‘Já tomaste as vitaminas? Já fizeste não sei o quê?’. O que acontecia quando o Octávio tocava à campainha e não estavas em casa?Esperava-me.
E quando chegavas?
Se fosse muito tarde, às duas da manhã, dava-me uma bronca. Mas já o conhecia e não abusava. Sabia que depois de terça-feira não podia fazer isso. Mas havia dias que tinha que levar com o Artur Jorge de manhã, que era do pior. Rasgava-me todo.
Era mais duro do que o Octávio?
Porra! Se passavas lá para cima... Com o Octávio era cara a cara. Com o Artur não podias, baixavas a cabeça.
Ao Artur Jorge não respondias?
Responder o quê, fogo! Baixavas as orelhinhas e só ouvias. ‘Agora não treinas. Vai-te embora para casa, desaparece’. Aos gritos.
O Artur Jorge tem uma imagem de alguém mais sereno...
Isso foi depois do Benfica, depois do cancro. No FC Porto era o maior. Mas o maior a sério. Foi um dos maiores que tive.
Conta-nos um episódio.
Um dia fomos jogar a Coimbra e era como uma final para nós. Estávamos a lutar com o Benfica e fomos campeões só na última jornada. O que é que eu fazia muitas vezes? Vinha ao Montijo a seguir ao jogo de domingo - sempre com autorização, não podia simplesmente desaparecer - e depois só havia treino terça de manhã. Na segunda dormia da meia-noite às cinco e arrancava para o treino. Treinava e a seguir dormia a sesta.
Para o tal jogo em Coimbra, cheguei atrasado ao primeiro treino da semana. E ele não admitiu. Normalmente dava-me broncas, mas, naquele dia, cheguei lá e disse-me: ‘Vai-te embora, pá, não treinas’. Assim que me disse isso, pensei: ‘Ui, vou já para a cama, maravilha’. Havia treino à tarde e cheguei a horas, mas quando fui ao roupeiro não havia ordem para me darem o cesto. Tive que ir falar com o homem: ‘Vai-te embora, pá, não treinas’. Quarta de manhã, a mesma coisa. Quinta, igual. E eu caladinho. Sexta-feira já havia apostas entre o pessoal. Joga, não joga, é convocado, é titular, vai para o banco. E eu todo lixado.
Foste titular?
Saiu a convocatória e lá estava o meu nome. Que alívio. O treino de sábado de manhã era o mais intenso da semana, com as peladas atrás da baliza. Nos clubes por onde passei, era só ‘calma, não toca’. Ali era ao contrário. Caneleiras até cima, ai minha mãe, metiam-te o pé na cara. O jogo de amanhã? Qual quê? O jogo começava ali. Se te lesionasses, azar. Nesse sábado cheguei lá e a mesma coisa: ‘Não treinas’. No dia a seguir fui titular e fiz um jogo do outro mundo. No último segundo, com o relvado cheio de poças porque chovia torrencialmente, alguém despejou a bola para a frente. Sprintei, toquei na bola antes do Kikas, da Académica, e dei um mergulho, mas um mergulho mesmo a sério. E o árbitro, que estava no meio-campo, marcou penálti. O Kikas nem me tocou, mas só dava para perceber à segunda repetição na televisão. O FC Porto fez o 2-1 e acabou o jogo. No balneário, o Artur Jorge cumprimentou todos um a um. E passou por mim sem me tocar.
Ficaste chateado?
Ele nunca foi de me dizer mais do que ‘bom jogo’. Quando me fui despedir, antes de ir para Madrid, disse-me: ‘Sabes por que nunca te elogiei? Porque tu vais ser o melhor jogador do mundo. Se te elogiasse perdias-te. E quase acertou, fiquei com a Bola de Prata. [a Bola de Ouro de 1987 foi para Ruud Gullit].
É verdade que o FC Porto chegou a pôr uma mulher atrás de ti para te vigiar?É uma história incrível. Custa-me falar nisso.
Sentiste-te enganado?
Enganado, traído. Se antes tinha um escudo de um metro à minha volta, passou a ser de cem. Tudo o que se aproximava para mim era bicho. Não perdoei a essa mulher. Era uma amiga especial, dez anos mais velha ou mais.
Como descobriste que andava a espiar-te?
Contava-lhe tudo, tinha confiança nela, e depois o FC Porto vinha a saber. ‘Estiveste no Teenagers em São João da Madeira’. Mas como é que sabiam? Ninguém me tinha visto... Contava-lhe o que tinha feito na noite anterior. ‘Estive em casa e dei duas quecas até às três da manhã’. No outro dia já sabiam de tudo no FC Porto. Ainda pensei que tinham metido escutas lá em casa, mas cada vez desconfiava mais dela e montei-lhe uma armadilha. A partir daí passei a ter uma muralha à minha volta. Talvez até me tenha feito bem.
Nunca confrontaste o FC Porto?
Não. Nem podia. Era a minha palavra deles contra a minha.
Meses depois conheceste a futura mãe dos teus filhos. Ainda estavas na defensiva? Claro. Não só com a mãe dos meus filhos, a Isabel, mas com todas as mulheres que conheci antes de a encontrar. Conhecia-a já depois do Mundial do México, em 1986.
Disseste que quando os toureiros se retiram cortam a trança. Qual foi a maior faena?
É verdade! E até cortei o cabelo quando me retirei definitivamente, para “cortar com o passado” e começar uma nova fase, sabes? Quanto à maior faena… há dois jogos que marcam a minha vida: a final contra o Bayern e a final da Copa do Rei com o Real. Partimos aquilo tudo. Inolvidável! [sorriso]
Saíste de Viena, em 1987, pela porta grande e em ombros. Foi aí que ganhaste estatuto internacional?
Sem dúvida. A Europa passou a saber que eu existia e podia ser um caso sério no futebol.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Frio... como a noite!

As piores suspeitas confirmaram-se, depois dos responsáveis portistas continuarem, inexplicavelmente, a desconsiderar esta prova, espera-se sempre um FC Porto a realizar más exibições, foi assim no passado e tudo indica que vai continuar, o jogo desta noite alinhou pelo mesmo diapasão.
Uma primeira parte muito insípida, com pouco ritmo, que mais parecia um jogo de treino, com dois golos mas poucas oportunidades, este primeiro tempo destaca-se o golo de Cristian Rodriguez numa jogada bem trabalhada e melhor finalizada.
Nos segundos 45 minutos, Vítor Pereira emendou a mão, em relação ao que tinha dito na antevisão do jogo, e meteu mesmo a artilharia pesada, para o conseguir ganhar e acabou por ser feliz.
Estabelecendo uma analogia em relação a jogos disputados nas épocas anteriores desta mesma competição, pareceu-me ter sido este o jogo em que o FC Porto o encarou com uma atitude mais competitiva, mas acima de tudo o que fica para a história é a vitória.

Amândio Rodrigues

A «foto do dia» - Tommy Docherty

Hoje dedicamos uma foto a Tommy Docherty, um treinador escocês que orientou o FC Porto no início da década de 70 (chegou ao Porto a meio da época 1969/70 e não chegou a terminar a de 1970/71). A chegada do escocês acabou por não ter resultados práticos (o FC Porto estava mergulhado naquele longo jejum sem vitórias no campeonato), mas ficou na memória o ‘bon vivant’ afável e fã do nosso Vinho do Porto.
Nesta foto (autografada pelo próprio), vemos Docherty a celebrar um título conquistado ao serviço do Manchester United, um dos clubes que orientou depois de deixar o FC Porto.
Recentemente, aquando da última visita do FC Porto a Londres para defrontar o Chelsea, Docherty confessou a um canal de TV que «o FC Porto de hoje é totalmente diferente do meu FC Porto. Cresceu e é hoje um clube fantástico».

«Curiosidades FCP» - O bilhete do FC Porto - Beira-Mar, Final da Taça de Portugal 1990/91

Como as competições europeias só regressam em Fevereiro, em vez de um ingresso relativo a um jogo europeu recuperamos um bilhete relativo a uma competição nacional.
Recuamos ao FC Porto - Beira-Mar, jogo da final da Taça de Portugal 1990/91, com o bilhete que deu acesso à final do Jamor. O FC Porto, de Artur Jorge, venceu o Beira-Mar, de Vítor Urbano, por 3-1 (após prolongamento): golos de Domingos, aos 5’, Abdel Ghany, aos 35’, Kostadinov, aos 97’, e Jaime Magalhães, aos 100’.

«Curiosidades FCP» - Rui Barros

Continuamos a recordar jogadores do FC Porto que vestiram camisolas de outros clubes estrangeiros. Hoje é a vez de Rui Barros, o avançado e ex-treinador adjunto do FC Porto (chegou a orientar a equipa como treinador principal após a saída de Co Adriaanse).
Rui Barros representou o FC Porto apenas durante uma época antes da sua primeira experiência internacional (regressaria depois às Antas, onde permaneceu até terminar a carreira).
Neste ‘post’, recordamos a sua passagem pelo Mónaco e pela Juventus (primeiro clube que representou fora de Portugal).

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Falta afinar o ataque!

Sem jogo europeu a meio da semana, o FC Porto tinha tudo para se apresentar bem mais fresco, física e mentalmente, do que no jogo frente ao Beira-Mar. E assim foi! A intensidade colocada em campo foi bem mais alta e constante do que em jogos anteriores. Era importantíssimo chegar à pausa de Natal na frente da Liga. Estamos a chegar a uma altura do campeonato em que os pontos estão a ficar muito “caros”, principalmente para o trio da frente!
É claro que as ausências de Olberdam, Roberto Sousa e Rafael Miranda condicionaram um pouco o jogo do Marítimo (era como se o FC Porto, de uma assentada, ficasse sem Fernando, Moutinho e Belluschi), que ainda assim revelou organização e bom posicionamento. No entanto, isso não retira mérito à nossa vitória. O FC Porto respeitou e estudou o seu adversário.
Agora, encontrada a estabilidade, é altura do ‘FC Porto de Vítor Pereira’ ir à procura de estender o bom futebol aos últimos 30 metros do campo. Falta afinar o ataque: o futebol de Djalma é confuso e precipitado, e Hulk não pode desequilibrar nas alas e, ao mesmo tempo, aparecer no meio a finalizar. Estas opções de recurso que Vítor Pereira tomou podem ter ajudado a equipa a encontrar equilíbrio e harmonia nesta fase mais crítica, no entanto, com estas adaptações será difícil atingir o nível da época passada. Aumenta a expectativa para a reabertura do mercado, para a chegada de Danilo e para a definitiva afirmação de Iturbe. Mas ficam duas certezas: voltou a ser difícil marcar golos ao FC Porto e os jogadores estão agora bem mais comprometidos com o jogo.
Agora, depois da estreia na Taça da Liga e das mini-férias de Natal, segue-se o ‘clássico’ com o Sporting. Apesar de não ser um jogo decisivo para a atribuição do título, o Sporting-FC Porto vai ser fundamental para a saúde psicológica e auto-estima do campeão: será a terceira tentativa de afirmação do ‘FC Porto de Vítor Pereira’ depois de não ter sido bem sucedido nas duas primeiras (empates com Benfica e Zenit). Desta vez vai valer mais que 3 pontos!

«Curiosidades FCP» - Kostadinov

Continuamos a recordar ex-jogadores do FC Porto que vestiram a camisola de outros clubes estrangeiros. Hoje recordamos Emil Kostadinov, o rapidíssimo avançado búlgaro que aterrorizava a Luz e Alvalade. Nesta foto, vemos o ‘Kosta’ com a camisola do CSKA de Sofia, clube onde se formou e de onde se transferiu para o FC Porto.

A «foto do dia» - Jorge Couto

Hoje, na «foto do dia», recordamos Jorge Couto, um médio/ala produto do escalão júnior do FC Porto. Apesar de ter vencido todas as competições nacionais com a camisola do FC Porto, acabou por não ter a mesma projecção de outros jovens da sua geração, como Fernando Couto, Vítor Baía e Domingos, entre outros.
Uma bela recordação: aquele golo que marcou a Ivkovic num ‘clássico’ disputado em Alvalade. Um chapéu de 40 metros que deixou o guarda-redes jugoslavo “pregado” ao relvado.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Incertezas

Pairam no ar ainda algumas interrogações sobre o FC Porto estar ou não em retoma, tenho para mim que neste momento ainda não é seguro afirmar que “o velho FC Porto está de volta”, é manifestamente exagerado afirmá-lo, o que é evidente é que a equipa está melhor do que há alguns jogos atrás. Foram essas melhorias que permitiram dar a volta em Aveiro e vencer o jogo com todo o mérito, e por um resultado que só pecou por escasso.
Do Dragão vão chegando alguns rumores, que sendo verdadeiros, nos levam a crer que uma mini-revolução estará em curso, algo que podemos dar como adquirido é que Vítor Pereira ganhou, pelo menos para já, o seu braço de ferro com os jogadores com o apoio do presidente Pinto da Costa, mas nada no mundo da bola se pode dar como vero. O que verdadeiramente faz falta é ganhar, pois são as vitórias que dão confiança, mesmo nem sempre jogando bem, e o próximo jogo é daqueles bastante perigosos e que exige máxima concentração, mas a obrigação é ganhar.

Amândio Rodrigues

A «foto do dia» - Gomes e a Intercontinental

Fez esta semana 24 anos que o FC Porto trouxe pela primeira vez para Portugal a Taça Intercontinental (vitória sobre o Peñarol, no prolongamento, por 2-1). Hoje recordamos esse momento com uma foto de Fernando Gomes (lá atrás também se vê Lima Pereira a cumprimentar o responsável da FIFA) a erguer o troféu por entre os flocos de neve que nesse dia não pararam de cair sobre Tóquio. Épico!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Devagar mas bem!

O regresso do FC Porto à Liga portuguesa, depois do doloroso afastamento da ‘Champions’, acabou por ser bem mais tranquilo do que eu previa. Confesso que estava com receio que a “despromoção” à Liga Europa criasse na equipa uma sensação de vazio e, consequentemente, retirasse concentração e atitude aos jogadores.
Apesar de às vezes ter abusado da intensidade média/baixa, o FC Porto revelou qualidade de posse de bola e procurou sempre jogar bem. É claro que o último minuto de jogo (para lá dos 4 minutos de compensação) poderia ter marcado a partida se aquela flagrante oportunidade do Beira-Mar tivesse sido concretizada. Seria um golo que o FC Porto não merecia sofrer e que o super-defensivo Beira-Mar nunca justificou marcar. Neste momento, podemos afirmar com alguma certeza que o ‘velho FC Porto’ está mesmo de volta. Foram 4 jogos consecutivos (Shakhtar, Sp. Braga, Zenit e Beira-Mar) em que a equipa se apresentou concentrada e com disponibilidade para correr mais e melhor que o adversário. Nem sempre foi possível jogar com qualidade, mas a atitude e o querer vencer estiveram sempre presentes.
Agora, fica a faltar a vitória sobre o Marítimo para terminarmos o ano na mesma posição que acabámos a época anterior, em 1º. É fundamental que a equipa se mantenha focada no principal objectivo da época: o campeonato nacional!

«Curiosidades FCP» - Os ‘cromos’ do Mly

Recentemente recordámos aqui dois ‘cromos’ do Juary que retratavam a sua passagem por dois clubes italianos. Hoje, recordamos dois ‘cromos’ do Mlynarczyk, o mais sereno e elegante guarda-redes que passou pelo FC Porto. Nestes dois ‘cromos’, o Mly surge com a camisola do Bastia, clube francês que representou durante duas épocas antes de chegar às Antas.

A «foto do dia» - FC Porto 1994/95

Hoje, na «foto do dia», recuamos à pré-época 1994/95 para recordarmos um «onze» do ‘FC Porto de Bobby Robson’.
Em cima (da esq. p/ dta): Vítor Baía, Secretário, Emerson, Zé Carlos, Aloísio e João Pinto;
Em baixo (da esq. p/ dta): Domingos, Rui Filipe, Rui Barros, Bandeirinha e Folha;

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O mal já veio de trás….

O jogo de ontem marcava uma espécie de segundo momento de afirmação do FC Porto neste primeiro terço da época, isto depois de não termos sido bem sucedidos no primeiro: empate com o Benfica, no Dragão. Falhámos novamente!
Mas é preciso recordar que foi o FC Porto a colocar-se a si próprio em situação desconfortável no grupo. A margem de erro era demasiado curta para quem desperdiçou 5 pontos nos 3 primeiros jogos da prova. E ontem nem sequer se pode dizer que a equipa ou o treinador tenham errado. O FC Porto fez quase tudo bem (Moutinho foi enorme!). Foi compacto e paciente, mas os russos souberam jogar com o tempo e tinham um plano anti-Hulk que irritou e condicionou o ‘Incrível’.
Ainda assim, quando os jogadores são solidários, o FC Porto torna-se uma equipa muito forte. Ontem faltou apenas um pouquinho mais de qualidade no último passe e na finalização.
O que há então a lamentar? A atitude de ontem não ter sido vista no jogo de São Petersburgo e nos dois jogos frente ao APOEL. Há que analisar o que se passou durante esse curto período que coincidiu com maus jogos e maus resultados nas provas nacionais e na ‘Champions’.
Agora vamos defender o título conquistado em Dublin. Não sendo nenhuma vergonha, é pouco para um clube que está no top-10 do ranking mundial. E vamos lá ver se esta espécie de despromoção à Liga Europa não retira humildade aos jogadores quando iniciarmos a competição.

«Curiosidades FCP» - Geraldão

Recentemente recordámos aqui Geraldão, o central brasileiro que chegou ao FC Porto no final da década de 80. Na altura, recuperámos uma foto do ex-jogador do FC Porto envergando a camisola da Selecção do Brasil. Hoje, recordamos mais 3 momentos que marcaram a sua carreira: num ‘clássico’ com o Benfica (1ª foto), quando foi capa da ‘Placar’ (2ª foto: surge ao lado de Mirandinha, Raí e Valdo), e quando conquistou um troféu pela Selecção do Brasil num jogo frente à Escócia (3ª foto: surge ao lado do ex-sportinguista Douglas).

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto-Werder Bremen, Liga dos Campeões 1993/94

Em semana de competições europeias, recuamos à nossa estreia na fase de grupos da ‘Champions’ 1993/94 com o ingresso que deu acesso ao FC Porto-Werder Bremen. O FC Porto acabou por assumir a liderança do grupo logo na 1ª jornada depois de vencer os alemães, nas Antas, por 3-2 (no outro jogo do grupo, Anderlecht e AC Milan empataram: 0-0). Domingos (aos 7’), Rui Jorge (aos 34’) e Zé Carlos (aos 82’) deram vantagem ao FC Porto, tendo o Werder Bremen reduzido por Hobsch (aos 85’) e Rufer (aos 86’).

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Liga dos Campeões

O que esperar do jogo desta terça-feira frente ao Zenit? Acredito que a dúvida esteja instalada na mente de muitos de nós, na minha também, não saber o que o FC Porto nos reserva neste derradeiro encontro da fase de grupos da Liga dos Campeões provoca uma certa inquietação que nos assalta o espírito.
Mais do que alvitrar quaisquer palpites mais ou menos falíveis, e apoiando-nos nas últimas performances, queremos acreditar que estamos em fase ascendente e que conjugar uma vitória com uma boa exibição é possível, desejável e mesmo condição sine qua non para alavancar a equipa para o resto da época. Apesar destas premissas, não deixo de assinalar alguns sinais de preocupação, a teimosia na colocação de Maicon do lado direito da defesa não parece ser a melhor das opções, muito longe disso.

Amândio Rodrigues, 6 de Dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Lamentável!

Resolvi voltar aos ‘posts’ antes do FC Porto-Zenit só para dar uma palavra de incentivo aos profissionais do FC Porto das modalidades de pavilhão (quem joga com aquela alma há muito que deixou de pertencer às ‘modalidades amadoras’). Tó Neves confirmou o que há muito se suspeitava: há ordenados em atraso num clube que tem uma SAD que no último relatório e contas apresentou uma despesa superior a 8 milhões de euros relativos a encargos adicionais na contratação de jogadores de futebol. O FC Porto tem dinheiro para pagar às “sanguessugas” (vulgos agentes de jogadores) e não o tem para premiar os campeoníssimos profissionais das modalidades de pavilhão. Que vergonha!